terça-feira, 10 de março de 2009

No balanço do busão...

Há um tempo a Jujubalândia sugeriu que eu escrevesse algo relacionado ao transporte coletivo, mas só agora me veio a inspiração para devanear sobre o tema.
Como pobre trabalhadora e estudante que sou, ainda não consegui me dar ao luxo de comprar um meio de condução decente, e por isso sou obrigada a andar de busão todos os dias, confesso que isso não me deixa nada feliz, primeiro porque um trecho que faria em 20 minutos, num dia bom levo 1 hora, mas em dias ruins são 2 horas de sacolejo. Segundo que a passagem é um abuso (em Campinas e Sumaré não oferecem meia passagem para estudantes de universidade) o trecho Sumaré/Campinas custa 2,75 e o circular dentro de Campinas 2,50, gasto todos os dias duas passagens Sumaré/Campinas + quatro passagens de circular somando um total de 15,50 por dia, sendo assim, num mês filho da mãe como esse sem feriado gasto o total de 310,00.

Bom mas esse sinceramente não é o maior de todos os problemas, o problema está sinceramente em pegar busão lotado, ter que ficar em pé fazendo malabarismo sem saber se segura seu material ou seu próprio corpo, pagar um absurdo e andar num ônibus velho e sujo num calor infernal com todas as janelas fechadas e todos os cheiros possíveis se misturando (dos agradáveis aos insuportáveis), pessoas falando alto, se empurrando, fora a falta de educação tanto dos passageiros como dos motoristas e cobradores (salvo é claro algumas exceções).
Nesses meus 27 anos de transporte coletivo já passei por poucas e boas, desde assaltos, brigas entre passageiros bêbados, pessoas passando mal, falta de educação e todos esses inconvenientes que somos obrigados a passar. Porém de todos esses existem 3 que sinceramente são os que mais me marcaram e que descreverei logo abaixo.

01- Logo no início de minha aventura em ir morar em São Bernardo do Campo, cidade do ABC Paulista, estava eu, com toda a minha displicência num ônibus circular sentido centro para ir a um curso no Senac, quando noto burburinhos e feições estarrecidas, resolvo sair da minha concha e prestar atenção no que ocorre ao lado, quando para minha surpresa, me deparo com um casal quase que transando em pé um pouco mais afastados de mim, tá eles não estavam transando, mas com certeza resolveram iniciar as preliminares ali mesmo, dentro de um coletivo as 2 da tarde.
Santo Deus o que era aquilo? Era um tal de mão naquilo, aquilo na mão, põe pra fora, põe pra dentro (sim, a imaginação de vocês pode ir até onde quiserem pois foi realmente isso que aconteceu). Eu, é claro não sabia se ria, se procurava as câmeras, pois é claro que aquilo só podia se tratar de uma pegadinha, ou se fazia cara de paisagem e fingia que nada estava acontecendo, optei então pela terceira opção até que os dois desembarcassem e eu pudesse me acabar de tanto rir.

02- O segundo caso não foi engraçado como o primeiro, pelo menos pra mim.
Eu, minha displicência e dessa vez meu sono estávamos num trólebus (ônibus elétrico) sentido Ferrazópolis/Jabaquara, quando é claro peguei no sono, até aí tudo bem, uma vez que não é segredo pra ninguém que meu maior sonífero são veículos automotivos, mas não haveria nada de mais se não fossem dois detalhes, o primeiro é que eu dormi no lado do corredor, e o segundo é que o ônibus estava lotado, ah ta, e onde está o problema? Durante o percurso senti que algo não estava bem e tinha uma pessoa que teimava em ficar encostando em meu ombro, e quando resolvi acordar para olhar feio para o indivíduo, para minha surpresa o desgraçado estava abrindo as calças para esfregar o seu pipi (nome bonitinho pois meus sobrinhas podem ler isso) em mim!!! PQP como é que pode um FDP, desgraçado se excitar as 8:00 da manhã com um ombro??? Pois é, ou o cara é doente demais ou meu ombro é demasiadamente excitante para que o FDP resolvesse querer ter relação com ele!!!
Mas felizmente nem só de tarados vivem os ônibus e é claro que depois de eu armar o maior escândalo alguns passageiros fizeram com que o “maníaco dos ombros” desembarcasse.

03- O terceiro episódio não ocorreu comigo, porém minha indignação foi imensa, estava eu esperando o ônibus próximo ao meu trabalho no horário de pico das 18:00 e vários ônibus passavam sem dar atenção aos passageiros que queriam embarcar, quando um deles resolveu parar mesmo estando lotado, várias pessoas subiram e uma senhorinha tentou embarcar com muita dificuldade, foi quando o motorista pediu para que ela fosse para a porta traseira que ele a abriria para que ela entrasse, a senhorinha com toda dificuldade que sua idade lhe impunha conseguiu descer do ônibus para poder embarcar pela porta indicada, mas para o espanto de todos o motorista desgraçado, que deve ter sido jogado numa lixeira pela sua mãe quando criança arrancou com o ônibus e deixou a pobre senhora para trás. É claro que xinguei o tal até não poder mais, mas de nada adiantava mais e a pobre senhora teve que ficar lá comigo até as 19:00 até que conseguíssemos um ônibus vazio.

E é por essas e mais outras tantas que resolvi que necessito de um carro só para mim!!!

Três dicas importantes para quem, como eu, é obrigado a andar de ônibus diariamente:

· Se você não tem opção e é obrigado a subir cheio de sacolas ou material em um ônibus mesmo que lotado e ninguém se oferecer para segurar suas coisas, posicione-se próximo ao encosto do banco do desgraçado que teima em não querer ajudá-lo e faça de tudo para que suas sacolas, bolsa, mochila ou cadernos vá batendo em sua orelha por todo o percurso.

· Se você está em pé e atrás de você tem aqueles famosos tarados andadores de busão, flexione seus cotovelos e vá dando cotoveladas no filho da mãe até que ele se toque e saia, se nada disso resolver, grite com ele que isso será o suficiente para que ele suma de perto de você.

· Se você como eu passa mau em ter que andar em pé em ônibus lotado com todas as janelas fechadas onde todos ignoram sua cor esverdeada, não titubeie em vomitar em cima daqueles que te ignoraram, quem sabe assim eles aprendem.

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